segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Homo Neanderthalensis

 
   O denominado Homo sapiens neanderthalensis existiu entre 230 000 e cerca de 30 000 anos. A média do cérebro, 1450 cc, é sensivelmente maior que a do Homem actual. A caixa craniana contudo é mais longa e baixa que nos humanos modernos, com uma marcante saliência na parte traseira do crânio. Como no caso do erectus , possuía um maxilar proeminente e uma testa recuada. A área média da face é de igual modo proeminente, uma característica que não se verifica no erectus ou no sapiens sapiens , e que poderá ser conectada com a adaptabilidade ao frio. Existem outras diferenças anatómicas menos significativas quando comparadas com o Homem moderno, como sejam alguns particularismos na omoplata e no osso público da pélvis.
Os neanderthais viveram maioritariamente em climas frios e as suas proporções corporais são semelhantes às das actuais populações das regiões frias: baixas e sólidas, com membros curtos, facilitando a retenção do calor. Os homens mediam em média 168 cm. Os ossos eram fortes e pesados, mostrando sinais de uma poderosa estrutura muscular. Deviam ter sido extraordinariamente fortes pelos padrões actuais, evidenciando os seus esqueletos uma vida dura e brutal, que raramente passaria os 30 anos de idade. Foram formidáveis caçadores, como parecem evidenciar as numerosas armas e utensílios encontrados, mais avançados que os do erectus . Foram de igual modo as primeiras populações que criaram rituais funerários, com o enterramento mais antigo datado de há cerca 100 000 anos.
A área de dispersão dos neanderthais é vasta, incluindo a Europa e o Médio Oriente. Na Europa Ocidental possuem normalmente uma constituição mais robusta, sendo intitulados de "neanderthais clássicos". Noutras partes parecem menos exageradamente robustos.
Recentemente, uma recolha de DNA permitiu concluir que os neanderthais não são particularmente relacionados com nenhum humano moderno, lançando a hipótese de se tratar de uma espécie autónoma. De igual modo, as descobertas levadas a cabo em Zafarraya (Espanha) parecem apontar a sua existência ainda há 27 000 anos e indicando a Península Ibérica como o seu derradeiro habitat . A probabilidade da sua fusão com a espécie sapiens sapiens , sua contemporânea, parece reforçada com as recentes descobertas em Leiria de restos ósseos de uma criança aparentemente com traços comuns às duas espécies.

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